sábado, 14 de março de 2009

Outono


Primeiro dia do outono (Equinócio do Outono).Em 2009, no Hemisfério Sul, ocorre no dia 20/Mar às 08h44min (Horário de Brasília). O Sabbat do Equinócio do Outono (também conhecido como Sabbat de Outono, Mabon e Alban Elfed), é o Segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção.Nesse dia sagrado, os Bruxos dedicam-se novamente à Arte, sendo realizadas cerimônias de iniciação pela Alta Sacerdotiza e pelos Sacerdotes dos Covens. Muitas tradições wiccanas realizam um rito especial para a descida da deusa Perséfone ao Submundo, como parte da celebração do Equinócio do Outono. De acordo com o mito antigo, no dia do Equinócio de Outono, Hades (o deus grego do Submundo) encontrou-se com Perséfone, que colhia flores. Ficou tão encantado com sua beleza jovem que, instantaneamente, se apaixonou por ela, Agarrou-a, raptou-a e levou-a em sua carruagem para a escuridão do seu reino a fim de governar eternamente ao seu lado como sua imortal Rainha do Submundo. A deusa Deméter procurou, por todos os lugares, sua filha levada à força, e, não a encontrando, seu sofrimento foi tão intenso que as flores e as árvores murcharam e morreram. Os grandes deuses do Olimpo negociaram o retorno de Perséfone; porém, enquanto ela estava com Hades, foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Equinócio do Outono são os produtos do milho e do trigo, pães, nozes, vegetais, maçãs, raízes (cenouras, cebolas, batatas, etc.), cidra e romãs (para abençoar a jornada de Perséfone ao tenebroso reino do Submundo).Incensos: benjoim, mirra, sálvia, flor do maracujá e papoulas vermelhas.Cores das velas: marrom, verde, laranja, amarela.Pedras preciosas sagradas: cornalina, lapis-lazuli, safira, ágata amarela.Ervas ritualísticas tradicionais: bolota, ást


Ritual do Sabbat Mabon


Comece fazendo um círculo com cerca de 3m de diâmetro.

No centro, erga um altar voltado para o norte. Sobre ele coloque uma vela da cor apropriada do Sabbat, um cálice com água, uma faca, um prato de sal, pó ou areia, um sino de altar consagrado e um incensório.

Enfeite o altar com a decoração tradicional sagrada, como bolotas, pinhas, malmequeres, rosas brancas e cardo.

As flores poderão ser arrumadas em buquês ou guirlandas para o altar ou para o círculo, ou reunidas em uma coroa colocada no alto da cabeça.

Salpique um pouco de sal dentro do círculo e, então, trace-o com uma espada cerimonial consagrada ou com uma vareta, dizendo: COM SAL E A ESPADA CONSAGRADA EU CONSAGRO E TRAçO ESTE CíRCULO DO SABBAT SOB O NOME DIVINO DA DEUSA E SOB A SUA PROTEçãO. INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABBAT.

Acenda a vela e o incenso.

Toque três vezes o sino do altar com a mão esquerda para iniciar o Ritual do Equinócio e conjurar os espíritos elementais.

Pegue o punhal com a mão direita, volte-se para o leste e diga: OH SAGRADOS SILFOS DO AR E REIS ELEMENTAIS DO LESTE, EU VOS CONJURO E ORDENO A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABBAT NESTE CíRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o sul e diga: OH SAGRADAS SALAMANDRAS DO FOGO E REIS ELEMENTAIS DO SUL, EU VOS CONJURO E ORDENO A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABBAT NESTE CíRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o oeste e diga: OH SAGRADAS ONDINAS DA áGUA E REIS ELEMENTAIS DO OESTE, EU VOS CONJURO E ORDENO A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABBAT NESTE CíRCULO CONSAGRADO.

Volte-se para o norte e diga: OH SAGRADOS GNOMOS DA TERRA E REIS ELEMENTAIS DO NORTE, EU VOS CONJURO E ORDENO A VIR E PARTILHAR DESTE RITUAL DO SABBAT NESTE CíRCULO CONSAGRADO.

Toque três vezes o sino e coloque-o de volta no altar.

Estique o braço direito, aponte a ponta do punhal para o céu e diga: AR, FOGO, áGUA, TERRA, VENTRE DA VIDA, MORTE PARA RENASCER. A GRANDE RODA DAS ESTAçõES GIRA, O FOGO SAGRADO DO SABBAT QUEIMA. SOMOS TODOS CRIANçAS DA DEUSA. E PARA ELA DEVEMOS RETORNAR.

Mergulhe a lâmina do punhal no cálice com água e, depois, no prato de sal, pó ou areia e diga: ABENçOADA SEJA A DEUSA DO AMOR, CRIADORA DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES. O CALOR DO VERãO DEVE AGORA TERMINAR. A GRANDE RODA SOLAR GIROU NOVAMENTE. QUE ASSIM SEJA!T

oque três vezes o sino do altar para encerrar o rito, afaste os espíritos elementais e agradeça à Deusa.

Desfaça o círculo de maneira levógira com a espada cerimonial ou com a vareta.


Fonte: 'Wicca - A Feitiçaria Moderna', de Gerina Dunwich

Anjo Sem Asas


Queria te dar asas.

Assim você voaria meus sonhos.

Queria ser teu anjo.

E te levar de volta ao paraíso.

De onde você saiu.

Quando um anjo desce à Terra, deixa outros solitários...

Anjos também choram, anjos também amam.

Mas com a tua chegada na Terra.

Flores abrem-se sem ter chegado a primavera.

Aves cantam sem ter chegado o amanhecer.

O céu ilumina-se sem ter chegado o Sol.

A Lua brilha sem ter chegado a noite.

Bebês aquietam-se sem terem chegado as mães.

A fome passa sem ter chegado a comida.

A dor acalma sem ter chegado o remédio.

O tempo para só pra te ver passar...

...Teu coração me alegra, mesmo na tristeza.

Teus olhos me iluminam, mesmo na escuridão.

Tua presença completa minha falta.

Tua falta acaba com minha existência.

Teu carinho, acalma minha dor.

Teu sorriso eleva meu humor.

Teus braços cuidam do meu ardor.

Teus gestos fazem nascer o amor.

Tua ausência machuca minha falta.

domingo, 1 de março de 2009

Invisibilidade pública

Tese de Mestrado na USPTESE DE MESTRADO NAA USP por um PSICÓLOGOO
'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível' Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoasenxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionadosob esse critério, vira mera sombra social. Plínio Delphino, Diário de São Paulo. O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhouoito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seresinvisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiucomprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, umapercepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisãosocial do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário deR$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior liçãode sua vida: **'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode*****significar um sopro de vida, um sinal da própria existência',explica o****pesquisador.***O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e nãocomo um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USPpassavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam meignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão',diz.No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram umagarrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinhacaneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outraclasse, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, algunsse aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixopegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade eserviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava numgrupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca aprecieio sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, eclaro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas derefrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tembarata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversarcomigo, a contar piada, brincar. O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aíeu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei peloandar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei nabiblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passeiem frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo essetrajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. Omeu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa dacabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado. E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também asituações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor seaproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passarpor mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivessepassando por um poste, uma árvore, um orelhão. E quando você volta para casa, para seu mundo real?Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você estáinserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acreditoque essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esseshomens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casadeles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles sãotratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelonome.São tratados como se fossem uma 'COISA'.